EMPREENDER É… BOTA, FARDA E FACA ENTRE OS DENTES!

Poderia estar agora trabalhando em um confortável escritório com ar-condicionado, escutando música e tomando um delicioso café. Mas estava lá: na rua, sob um sol escaldante e temperatura acima de 30º, caminhando para cima e para baixo para divulgar meu negócio. Rapidamente braços e camisa ficavam molhados com o suor, assim como a sede chegava. Mas a cada panfleto entregue naqueles diferentes locais sabia que estava a chance de conseguir novos clientes e alimentar uma crescente chama.

Estava completamente focado em atingir meu objetivo e sabia que nada poderia me deter. Varreria o chão, limparia o banheiro, faria o que fosse necessário para chegar ao sucesso! Não importava o tamanho do inimigo, estava pronto para encará-lo.

Empreender é calçar suas botas, vestir a farda, colocar a faca entre os dentes e partir para a guerra! É colocar um objetivo na cabeça e preparar-se para as muitas adversidades que aparecerão dia após dia. É estar pronto para sair da zona de conforto nos momentos mais complicados e responder com atitude para mudar.

O futuro é o presente em construção e nós somos aqueles que temos os tijolos e cimento para fazê-lo acontecer. Correr ou lutar? Aceitar a realidade adversa ou indignar-se?

Você tem muitos talentos dos quais o mundo precisa. Somente iremos conhecê-los se você agir! Pronto para a guerra? Então lhe convido para construirmos juntos um Brasil muito melhor a partir de agora!

 

Imagem: Google imagens / Rambo

ESTOURANDO AS CORRENTES

De repente: Pow!!! Investi todo meu dinheiro, assim como todo meu fundo de garantia e uma bela quantidade de dinheiro que peguei emprestada. Coloquei em jogo tudo o que eu tinha e também o que não tinha. Fiz isso durante a pior crise de nosso país. Era o pior momento para realizar investimentos, pegar empréstimos ou iniciar um negócio. Mas estava decidido! Era hora de estourar as correntes que me detinham e se atirar ao encontro do mar feroz, da selva implacável ou, ao meu ver, da tão doce liberdade. Isso mesmo: LIBERDADE! Do inglês freedom, do espanhol libertad, do alemão freiheit… Hummm ahhhh… Delícia!!!

Passei anos e anos seguindo os padrões de uma sociedade acomodada onde todos caminhos são pré-definidos pelo medo de mudança e conformismo. Definitivamente, não fazia parte daquele grupo de pessoas. Se você é como eu e tem uma veia empreendedora, sabe que existe aquela coceira que não passa, aquela coisa que fica martelando em sua cabeça e não para de incomodar, que lhe empurra para ir além daquilo que lhe é apresentado no dia a dia comum. Você sente um fogo queimando em seu coração, a adrenalina correndo por todo seu corpo e fica todo arrepiado só de pensar em ter uma ou várias empresas e uma rotina agitada e cheia de problemas para resolver. Você sente uma vontade incrível de levantar da cadeira e gritar o mais alto possível e pensa em parar de ler esse texto agora mesmo para começar a agir! É disso que estou falando! Você é um empreendedor e me entende! E vou te contar um segredo: nada pode deter você!

Mas espere! Não se iluda com as palavras! Elas afetam apenas o seu psicológico. O que afeta o mundo real são as ações! Sonhar, imaginar, pensar, falar, chorar, gritar… nada disso vai gerar resultados. Apenas uma boa marreta pode estourar correntes. Existem diversas barreiras que nos impedem a todos momentos de seguir adiante com nossas ideias. Elas sempre existiram e sempre existirão em qualquer momento e posição. Cada um de nós sabe onde quer chegar. Mas então, como saber se você deve ou não enfrentar de frente uma barreira? Autoconhecimento! Essa é a resposta!

Não existe nada mais importante. O autoconhecimento é o ponto chave para a correta tomada de decisões. Todos nós temos pontos fortes e fracos. Somos bons em algumas coisas e péssimos em outras. Isso mesmo, ninguém é perfeito. Mas então, por que algumas pessoas são tão bem-sucedidas? É simples: elas atuam na sua zona de força, utilizando seus talentos, trabalhando naquilo em que realmente nasceram para fazer. Pelé nasceu para jogar futebol. Einstein nasceu para ser físico. Ponto final!

E você? Nasceu para que? O que lhe dá energia? O que te motiva? O que te faz pular da cama e sair correndo de casa? Não se baseie nos outros, todos somos diferentes. Descubra sua verdadeira essência. Ao chegar lá estará pronto para encontrar a hora certa de estourar suas correntes!

 

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QUEDA LIVRE

2016 começou com fortes emoções. Estávamos em queda livre! Muito mais dinheiro saindo que entrando. As vendas simplesmente não eram, nem de perto, suficientes para cobrir todos os gastos que estávamos tendo no início do negócio. Essa era uma zona perigosa e nela não poderíamos permanecer por muito tempo.

O interessante é que em uma situação dessas, de repente, você começa a sentir o pulsar de todas veias do corpo. Um imenso calor toma conta de toda superfície da pele. É possível sentir o coração batendo rápido e com força até mesmo na ponta de cada fio de cabelo. A adrenalina é liberada sem parar e você se sente extremamente vivo! E sim, era isso que estava buscando!

Lançar uma nova marca e fazer as pessoas consumirem seus produtos não é nada fácil. É necessário encontrar e conquistar espaço na mente das pessoas. Contudo, existem tantas marcas no mercado, atuando nas mais diversas áreas e disputando esse espaço, que as mentes saturadas dos consumidores criam filtros que dificultam bastante a entrada de novas marcas. Essa guerra faz aumentar a cada dia o investimento necessário, não somente pelas novas, mas também pelas conhecidas marcas para atingir os consumidores eficientemente. Nos Estados Unidos, por exemplo, em 2014, as 200 empresas que mais investem em marketing, gastaram juntas $137,8 bilhões nesta batalha. Sozinha, a Procter & Gamble, detentora de diversas marcas e líder deste ranking, investiu $4,6 bilhões.

Estávamos inseridos nesta realidade e conosco não seria diferente: precisávamos encontrar formas eficazes e efetivas para atingir nosso público alvo. Fizemos uma análise dos resultados obtidos até o momento com nossas ações de marketing e decidimos refazer a estratégia. Precisávamos priorizar os investimentos que dessem um retorno mais rápido. Outros investimentos na construção da marca, mas que geram retorno de médio e longo prazo foram reduzidos. Não havia muito espaço para erros. Precisávamos acertar o rumo de nossa empresa.

Havíamos conquistado uma boa quantidade de clientes e conseguimos fidelizar uma ótima parcela destes. Muitos estavam comprando constantemente e praticamente todos que experimentavam estavam elogiando nossos produtos. Estávamos com a faca e o queijo na mão, apenas precisávamos aparecer mais, ser vistos por novos potenciais clientes. Assim, teríamos um fluxo de vendas crescente. Simples assim? Na verdade, no mercado competidor nada é simples. Havia muito trabalho para fazer isso acontecer.

 

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PASSEIO DE MONTANHA RUSSA

Na segunda semana de operações decidimos manter a mesma estratégia de marketing. Era necessário mais tempo para verificar que resultados ela poderia nos entregar. Nos dois primeiros dias tivemos um leve avanço nas vendas, o que nos deixou mais animados. Era apenas uma prévia do que estava por vir.

Chegou a quarta-feira que colocaria um pouco mais de agito em nossa rotina. De repente, começamos a receber uma série de pedidos que não parava de aumentar. Novos clientes haviam entrado em contato com nossa marca e queriam conhecê-la. Parece que havíamos cumprido a missão de criar uma curiosidade que pudesse atrair as pessoas. O problema é que quando você está preparado para produzir uma quantidade próxima ao que foi vendido no dia anterior, não se consegue atender bem a todos. E naquela quarta as vendas haviam triplicado. O passeio de montanha russa havia começado. Atendemos a todos aos trancos e barrancos. Tivemos, obviamente atrasos e estes clientes foram implacáveis em suas reclamações.

Tratar com clientes não é tão simples. Eles têm sempre a razão, não importa o que digam, pensem ou façam. É necessário manter-se firme em sua posição, deixar o ego de lado e assumir a responsabilidade por todos os problemas (mesmo que não sejam de sua responsabilidade). Um cliente indignado é capaz de acabar com a imagem de uma marca em seu círculo de amigos e, isso nunca é desejável.

Depois daquele dia emocionante pensamos: agora estamos preparados para a quinta-feira, que terá um número de vendas parecido com a quarta. Besteira pura! Neste novo dia vendemos quase o dobro! E adivinhe… tivemos os mesmos problemas, afinal, novamente fomos pegos de surpresa.

Passamos a um novo nível de vendas e, agora sim, este se manteve com crescimento moderado até a outra semana. Mas havia um pequeno problema se aproximando. Chegamos às 2 semanas que precedem o natal e o fim de ano e, em nossa área de atuação, nesse período a cidade fica deserta. Logo, as vendas foram praticamente insignificantes.

Foram 2 semanas longas, com poucas coisas acontecendo, o que lhe dá mais tempo para lembrar que o dinheiro continua sumindo rapidamente de sua conta. Novamente a pressão volta a atuar. Passar essa época do ano numa condição como essa não é nada agradável. Mas sabemos que muito trabalho é necessário antes de celebrar.

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O MERCADO É CRUEL!!!

Começamos a operar em dezembro de 2015. Não era o mês ideal, mas foi quando conseguimos finalizar o que era essencial. Logo no início, já percebemos o peso de não ter uma marca conhecida. É como quando você tenta gritar com toda força em um pesadelo mas parece que ninguém lhe escuta. Você quer ser notado pelo mercado, mas ao mesmo tempo existem milhares de outras marcas disputando espaço dentro da cabeça das pessoas.

Era necessário conquistar terreno. Vestimos nossas fardas e fomos para a batalha. Apostamos em alguns formatos de marketing como Facebook e panfletos, assim como distribuição de brindes para que algumas pessoas pudessem conhecer nossos produtos. No Facebook conseguimos um número considerável de seguidores para a primeira semana, mas praticamente ninguém interagiu com a marca ou realizou compras conosco. Distribuímos inúmeros panfletos em prédios apostando que se converteriam em vendas, mas parece que todos foram parar no lixo. Nos concentramos na distribuição de brindes. Foram várias pessoas beneficiadas. Mas é necessário encontrar pessoas chave para essa prática e, nessa semana, parece não tivemos sorte.

Cada venda era comemorada, mas ao final de cada dia, percebíamos que mal haviamos saído da estaca zero. Em momentos como esse diversos filmes e pensamentos começam a passar por sua cabeça. “Será que vai dar certo?”, “Fizemos algo de errado?”, “Será que vamos falir tão rápido?”, “E agora? O que fazemos?”. Isso mesmo! O mercado é cruel!

Quando você aposta tudo simplesmente não tem opção. Você precisa vencer. Não existe outro caminho. A pressão é enorme e faz você lembrar-se disso o tempo todo. Obviamente, é necessário que seu negócio seja muito bom. E confiávamos muito no que estávamos fazendo. Se aquilo não desse certo, estaria encrencado por alguns anos até recuperar-se. Mas sempre visualizei somente a vitória.

Uma incerteza estava plantada, mas era necessário manter-se firme, pois a viagem estava apenas começando!

 

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BRANDING – A ARTE DE ENCANTAR

Existe uma magia que faz os olhos das pessoas brilharem e seus corações dispararem. De repente, esquecem tudo ao seu redor, são tomadas por um silêncio profundo e passam a visualizar apenas um objetivo. É um desejo incontrolável, uma atração enorme que não sabem explicar, não fazem ideia de por que ocorre.

Esse é o segredo do sucesso de empresas como Coca-Cola e Apple: algo fantástico denominado “Branding”. E o que é isso? De forma simples, é o fato de transformar um produto em algo incrível altamente desejado.

Em nosso caso, não seria diferente. Antes de começar a operação do negócio, precisávamos criar uma marca e tínhamos as únicas 3 opções:

  1. Posicionar-se com relação a algo que já existe;
  2. Reposicionar a concorrência;
  3. Criar uma posição única.

A primeira opção é mais simples, pois as pessoas assimilam com facilidade algo que já existe. Por exemplo, quando criaram o carro, o descreveram como uma “carruagem sem cavalos”, pois dessa forma as pessoas entenderiam a ideia, já que estava associada a algo que conheciam.

A segunda é interessante e agressiva. Deve ser precisa para ter o resultado esperado. Existia uma marca chamada “Terra”, que era plana. Um belo dia, Colombo atacou a ideia dizendo: a Terra é redonda. O que estava ele a fazer? Reposicionar a marca Terra.

A terceira opção é a mais complicada de todas: achar uma brecha, um espaço ainda não explorado. Acontece que no mundo de hoje saturado de marcas, praticamente não existe um posicionamento que ainda esteja livre. Quase tudo já foi inventado, pensado ou desenvolvido. Neste caso, o risco é mais elevado, pois se mal feito, este posicionamento pode acabar com o futuro da marca. Mas se bem feito, você terá um mundo completamente novo a ser explorado e, o mais importante: terá sido o primeiro a fincar sua bandeira nesta nova terra.

Qual foi nossa opção? Exato! Alta emoção é sempre mais interessante. Optamos por criar uma marca única. Mergulhamos em um oceano profundo de ideias, informações, pesquisas, análises, discussões, delírios, loucuras, insanidades, filosofias e cases. Foram meses de dedicação e finalmente desenvolvemos algo que consideramos incrível! Uma marca que representa um estilo de vida com uma magia única. Simplesmente fantástica! Mas e daí? Quem liga para o que pensamos a respeito de nossa marca? Só existe um termômetro capaz de realmente medir a temperatura de uma marca e ele se chama “Mercado”! É hora de entrar no jogo!

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BEM VINDO À SELVA

O mundo corporativo possui diversas faces e muitas delas podem não agradar algumas pessoas. Sentar à frente do computador o dia inteiro desenvolvendo trabalhos burocráticos baseados em milhares de regras definitivamente não me chamava a atenção. De repente, enxerguei-me em um sistema engessado e sufocado onde jamais teria liberdade de expressar meus talentos. Era a hora de tomar uma complexa decisão!

Existem oportunidades de treinamentos que aparecem poucas vezes em nossas vidas e, sem dúvidas, não poderia ficar de fora dessa! Uma grande e avassaladora crise tomava conta da economia brasileira. Tempos complicados estavam por vir e, aos poucos, comecei a perceber que, enquanto outros começavam a ter ataques de nervos, eu estava completamente empolgado em sentir meu coração batendo novamente!

Surgiu uma chance de ser demitido e tratei logo de transformá-la em realidade. Sem pestanejar, estava decidido: queria ser jogado à selva, no pior momento e nas piores condições! Humm… Ahh… liberdade!!! Finalmente! Como é bom esse aroma!

Sim, liberdade é algo que me atrai muito. A possibilidade de criar qualquer coisa, com total ausência de regras é simplesmente maravilhosa. Colocar sua cara no mundo, definir tendências ou inventar aquilo que encanta diversos olhares. É disso que estou falando!

Mas vamos encarar a realidade: lá estava, desempregado e com o inimigo relógio lembrando-me que o tempo não para, assim como o dinheiro não para de diminuir em minha conta! É aí que começa a pressão! Não saber o que vai acontecer na sua vida nos próximos meses, se vai ser capaz de sustentar-se ou ainda abdicar de suas diversões ou distrações por não ter mais dinheiro para bancá-las.

O mais incrível é que qualquer situação pode ser tornada ainda mais complicada. E… sim, estava disposto a aumentar a emoção. Depois de muita reflexão e estudos decidi que abriria uma empresa em conjunto com um sócio. Não queria mais voltar ao mundo normal de empregado, mas sim atuar diretamente nos acontecimentos e transformações do mundo.

Contudo, fazer uma empresa nascer não é nada fácil. Seriam necessários vários meses de trabalho para dar vida ao nosso projeto. Nesse tipo de situação acontece algo bem interessante, como explicou Sun Tsu em “A Arte da Guerra”: quando um exército está sob extremo perigo, este lutará sem medo dando o melhor de si. Em outras palavras, os próximos meses foram de um intenso e profundo trabalho. Dias e noites intermináveis de transpiração para colocar tudo em prática.

Após a preparação do terreno, estávamos prontos. Durante todo esse tempo, o dinheiro, obviamente, só diminuía. Os cálculos que fizemos eram bem claros. Não havia outra saída. Seria necessário tomar uma decisão complicada: apostar tudo! Sem perder tempo, reuni minhas fichas, coloquei-as no centro da mesa e anunciei: ALL-IN!!!

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